Empresas que atuam com transporte de cargas precisam lidar diariamente com desafios administrativos e logísticos. Qualquer falha na operação pode comprometer todo o funcionamento e refletir negativamente para o cliente. Para saber como driblar esses obstáculos, listamos os 10 maiores desafios enfrentados pelas transportadoras.
#1 Defasagem do frete
A administração do frete pode ser considerada um tremendo desafio para as transportadoras, que estão sempre buscando formas de realizar suas entregas de maneira mais rápida e segura, sem comprometer a qualidade. Com a crise econômica que assolou o Brasil nos últimos anos, uma nova preocupação surgiu: a defasagem do frete. Neste momento de instabilidade financeira, quem trabalha com transporte de cargas precisa lidar com valores de frete mais baixos do que o usual para se tornar competitivo no mercado. Segundo pesquisa realizada em agosto de 2017 pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logísticas (NTC&Logísticas), em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a defasagem do frete no setor rodoviário chegou a 20,89%. Em relação às cargas fracionadas, o déficit é de 7,72%. Estes números afetam toda a cadeia logística da transportadora, pois a empresa precisa encontrar formas de diminuir os custos de produção para equilibrar o valor perdido no frete. A redução nos gastos pode impactar negativamente toda a operação do negócio e gerar prejuízos. O ideal é realizar um planejamento financeiro e acompanhar diariamente os resultados, encontrando lacunas e corrigindo possíveis problemas.
#2 Segurança do transporte de cargas
A falta de segurança no transporte de cargas também é um dos principais desafios enfrentados no setor. O Brasil vem sofrendo com a atuação de quadrilhas especializadas em roubo de mercadorias nas estradas e nos pontos de coleta e entrega. De acordo com um levantamento realizado pela NTC&Logística, o roubo de carga aumentou 42% no país entre 2013 e 2017. Os estados mais inseguros são Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que juntos somam 81% de todas as ocorrências feitas. Esta situação coloca o Brasil na sexta posição dos países com maior índice de roubo de carga. A entidade também divulgou quais são as categorias de mercadorias mais atingidas pela violência: setor alimentício, cigarros, bebidas, combustíveis, peças de automóveis e produtos eletrônicos, farmacêuticos e químicos. Segundo dados da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), um caminhão é roubado a cada 23 minutos no Brasil. O impacto econômico desta violência reflete em altos prejuízos para as empresas de transporte e logística. Apenas entre 2011 e 2016, o prejuízo estimado com roubo de cargas foi de R$ 6.1 bilhões. Por conta deste cenário, é fundamental que a transportadora adote algumas medidas, como contratação do seguro de cargas, capacitação dos motoristas para lidarem com este tipo de situação, planejamento de rotas, monitoramento em tempo real da viagem e, em alguns casos, contratação de escolta armada.
#3 Más condições nas estradas
Todo cliente espera que a sua encomenda seja entregue dentro do prazo e sem nenhuma avaria. Contudo, cumprir esta expectativa o é um verdadeiro desafio logístico. Além da insegurança, a empresa precisa lidar com as más condições das estradas brasileiras. Lugares de difícil acesso, infraestrutura danificada, vias com buracos e sinalização deficiente são só alguns dos obstáculos que os motoristas de caminhão e empresas passam para realizar as entregas em dia e com segurança. Para se ter uma ideia, segundo pesquisa realizada em 2017 pela CNT (Confederação Nacional do Transportes), 61,8% das estradas no Brasil estão em condições regular, ruim ou péssima. Além de afetar o prazo de entrega e qualidade do transporte, as más condições das estradas aumentam os custos com manutenção dos veículos, especialmente na conversação dos pneus, e geram aumento no consumo de combustível. Apesar de ser um grande desafio, é possível otimizar as operações de entrega e garantir maior segurança ao veículo, condutor e carga. Para isso, as empresas precisam trabalhar com inteligência geográfica e um bom planejamento de rotas. Ao definir quais vias o veículo deve seguir antes dele sair da garagem, o gestor de frota consegue optar por aquelas que oferecem maior segurança, trafegando por uma via com melhores condições e sem alta incidência de roubo de carga.
#4 Crise econômica
A falta de dinheiro e investimento na infraestrutura do país têm afetado diretamente o setor de transporte de cargas. Além da escassez de manutenção nas estradas, a instabilidade econômica também afeta o valor do frete, fazendo com que a transportadora reduza seus custos.
#5 Desgastes dos pneus
Uma das consequências das más condições das estradas é o desgaste acelerado dos pneus e do caminhão em si. Quem atua com gestão de frota própria sabe o custo de manter os automóveis e suas peças funcionando em perfeitas condições. O gestor da frota precisa controlar quando o rodízio de pneus deve ser feito para aumentar seu tempo útil de vida, como está sendo o gasto da peça de acordo com o veículo usado, se ele está careca, se precisa ser remoldado, entre outros fatores. Com tantas informações para administrar, é comum deixar passar alguma atividade e no futuro, a falta de manutenção pode aumentar despesas da transportadora.
#6 Gastos com combustível
Um dos principais custos de empresas de transporte é o consumo de combustível, que pode chegar a 50% de todas as despesas. Uma das maiores dificuldades para a empresa é encontrar formas de economizar nesta área. Para esta economia acontecer, o gestor precisa controlar o consumo do combustível por km rodado e por veículo. É necessário também adotar algumas práticas de direção defensiva, planejamento de rotas, manutenção preventiva e ter uma rede confiável de postos de combustível.
#7 Treinamento de equipe
O fator humano impacta diretamente todos os processos dentro de uma transportadora. A falta de direção defensiva, por exemplo, pode causar acidentes, assim como aumentar o consumo de combustível, depreciar o caminhão e os pneus.Gerenciar os colaboradores é fundamental, porém a empresa deve também investir na capacitação técnica da equipe para melhorar a eficiência da operação.
#8 Falta de manutenção
É comum quem trabalha com frota própria se perder nos prazos da realização das manutenções preventivas de cada um dos caminhões, que, ao longo do tempo, pode trazer grandes problemas para a transportadora. A revisão proporciona mais segurança, aumenta a lucratividade e reduz custos logísticos. Ao esquecer a manutenção preventiva nos veículos, a empresa deve ter ciência que falhas mecânicas e, até mesmo acidentes graves, podem acontecer com mais frequência. É fundamental que o gestor de frota encontre uma forma de controlar estas revisões, ter um relatório de quando elas foram realizadas e o que feito em cada uma delas.
#9 Logística reversa
A logística reversa funciona como um controle sistematizado de todo o fluxo dentro da empresa, desde o começo da produção até a entrega ao cliente, e depois, ao descarte dos resíduos. Este modelo tem sido utilizado cada vez mais devido à preservação ambiental e sustentabilidade que gera às empresas. No Brasil, o conceito ainda é muito novo, mas alguns negócios já estão tomando atitudes, como usar embalagens retornáveis e um sistema de coleta dos resíduos. A implementação da logística reversa ainda representa um grande desafio para as transportadoras, que encontram dificuldades para adequar sua operação a um modo sustentável. O que muitos estão começando a fazer é mudar a forma de embalar a carga com produtos que seja recicláveis.
#10 Escolha dos modais
Apesar da maioria das cargas serem transportadas pelas estradas no Brasil, a transportadora pode trabalhar com outros tipos de modais. E essa decisão envolve alguns fatores, como custo, segurança, quantidade de acomodação e rapidez de entrega. Basicamente as opções de modais se resumem a rodoviário, ferroviário, aquático e aéreo. Para definir a melhor escolha, é importante levar em conta qual o produto a ser transportado, a urgência da entrega, a acessibilidade do destino e o melhor custo-benefício disponível.