Afinal, como será o futuro da logística com o avanço tecnológico?
Eu tenho afirmado frequentemente em minhas palestras que a logística não é a palavra mais “sexy” do momento, principalmente após a marcante greve dos caminhoneiros que colocou o nosso país em situação de alarme. Contudo mesmo não sendo sexy, a logística seduz pelo seu aspecto extremamente importante e cá entre nós sem ela não faríamos chegar produtos aos supermercados, remédios aos hospitais, produtos agrícolas aos portos para exportação e o alimento às nossas mesas, sejam eles perecíveis, congelados ou empacotados. Sem a logística os nossos Correios não entregariam as encomendas de todos os dias. A Fedex, Amazon, B2W, CNova, Magazine Luiza, Netshoes para citar algumas empresas que atuam e dependem fortemente da logística não fariam chegar milhões de encomendas aos seus destinos. As operações logísticas atuais são fortemente baseadas em custos. E muitas vezes não se leva em consideração uma visão mais ampla correspondente a confiabilidade, impacto ambiental, riscos e principalmente vantagem competitiva.
Os logísticos representam quantos % do PIB?
Para se ter uma ideia, usando dados aproximados do ILOS, os gastos logísticos no Brasil, provenientes da composição dos transportes, estoques, armazenagem e serviços administrativos representam cerca de 13% do produto interno bruto. Nos Estados Unidos este percentual está ao redor de 8%. Somente a área específica de transportes consome quase 60% dos gastos logísticos. Com o crescimento do comércio eletrônico a tendência é que os custos logísticos se elevem.
Talvez o futuro da logística dentro do contexto da cadeia de abastecimento (Supply Chain) seja o de operar de uma maneira mais harmoniosa levando em conta rotas mais confiáveis que trarão um benefício maior no contexto ambiental. E por que não dizer no custo global? Muitas vezes avaliamos estes custos em suas características de micro níveis e voltados especificamente para produto, frete e entrega e não de uma maneira mais holística e integrada.
Um fator a ser avaliado cuidadosamente é o % de retornos de mercadorias devolvidas pelos clientes e consumidores, decorrentes principalmente das compras via internet.